GRAÇA NO PROCESSO DA JUSTIFICAÇÃO

 GRAÇA NO PROCESSO DA JUSTIFICAÇÃO 

2⁰ parte
Pb: José Domingos de Almeida 

GRAÇA NO PROCESSO DA JUSTIFICAÇÃO

Por meio do sacrifício de Jesus Cristo, Deus realiza o 

processo de justificação através da graça, fazendo  que as pessoas sejam beneficiadas 

diante a justiça de Deus.


 Paulo em sua teologia, Cristo é a figura principal de justificação, pelo fato de Deus 

ter entregado Jesus à morte pelos pecados do ser humano e o 

ressuscitado para a justificação do ser humano (Rm 4.25). 


Deus, pelo processo da justificação,  as pessoas se tornam cumpridoras da sua 

 justiça devido Jesus ter se entregue como oferta pelo pecado para destruír o pecado. 


Stuhlmacher destaca a expiação, 

reconciliação, justificação e santificação como o processo utilizado 

por Deus para a justificação do homem e da mulher. 

(STUHLMACHER, 2002, p. 69)

 

Expiação 

 

A concepção da expiação relacionado a Cristo foi aderida na teologia de Paulo pelas  igrejas primitivas antes do seu apostolado.


 A expiação está implícito e explícito em   Levíticos 16, onde mostra o sacrifício de um animal em um rito, transferindo todos os pecados pela imposição de mãos.


 Assim com existia esse ritual com os animais, Cristo passou pela mesma sentença de morte pelos pecadores.


Ao entregar seu sangue no lugar dos pecadores concedeu-lhes 

novo acesso a Deus (Rm 3.25-26; 5.1-2) Através do perdão dos  pecados por meio de Cristo tornam-se novas criaturas (2 Cor 5.17). 



Observe que igualmente à expiação em Levíticos Deus fez o 

mesmo com Jesus ofertando pelo pecado em favor dos que creem Nele, deixando que ele levasse os pecados sobre a morte em lugar dos pecadores concedendo-lhes a vida eterna (2 Cor 5.21). 


Portanto, aos que creem participam da morte e ressurreição de 

Cristo, como expôs Paulo: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo 

vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé 

no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por 

mim” (Gálatas 2.20).

 

Reconciliação 

 

Fica claro que o pecado constitui se em uma inimizade com Deus. 

O ser humano através da morte de Cristo passa do estado de pecado à vida cristã alcançando a reconciliação com Deus (Rm 

5.10-11; 2 Cor 5.18).


 Quem toma a iniciativa da reconciliação é Deus em Cristo, pois Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo (2 Cor 5.19). Em suma, a morte de Jesus Cristo 

produziu a reconciliação.


Cerfaux apresenta a reconciliação da seguinte forma:

A reconciliação, nas grandes epístolas, explica-se segundo o 

contexto de Rm 5. A obediência (Rm 5.19) e a justiça de 

Cristo (v.18) fazem contrapeso à falta e à desobediência de 

Adão. Nas epístolas do cativeiro, à ideia de reconciliação 

com Deus se une a da reconciliação com os gentios e os 

judeus. O acesso a mesma paz divina suprime a inimizade 

que havia entre eles. Cristo, na cruz, aniquila qualquer 

inimizade (Ef 2.16). (CERFAUX, 2012, p. 115)


 A reconciliação percebe-se a graça de Deus em Cristo 

Jesus que providenciou pela sua morte a paz com a humanidade 

inimiga.


 O sacrifício de Cristo é suficiente para aniquilar toda 

inimizade com Deus.


 Deus Ele próprio estava em seu Filho permanecendo ativo na morte expiatória, a inimizade contra Deus é vencida pela morte de Cristo abrindo um novo caminho para o amor de Deus às pessoas (Rm 5.5).

 

 Justificação 

 

Na justificação, Deus age como criador e juiz benevolente. 


Sobre o ato de criação na justificação (Rm 3.26, 30; 4.5, 17; 5.6), Deus atua como o criador ao chamar à existência as coisas que não 

existem (Rm 4.17).


 Através de Cristo todas as pessoas são justificadas, de modo que são estabelecidas de uma nova existência 

diante de Deus, consideradas justas e tornando-se justas, pois na percepção de Paulo ambas andam juntas.


Note que no plano de salvação em Cristo, Deus já havia feito expiação pelos pecadores antes da fé depositada nele (Rm 4.25; 5.6-8). 


Em Romanos 8.34, 

compreende-se a garantia da justificação, onde Cristo intercede 

diante do trono de Deus por todas as pessoas até o julgamento final, até mesmo no próprio julgamento. 


Percebe-se a eficiência do sacrifício de Cristo na cruz, pois é 

a causa suprema de os pecadores serem justificados, os quais, outrora, precisariam ser sentenciados na revelação de suas iniquidades no julgamento final. 


A graça de Deus é tão notória na sua justiça que Cristo morreu no lugar dos pecadores, poupando 

assim as suas vidas da morte, fazendo-os participarem do domínio de Cristo.

 Esta justificação engloba todas as pessoas, em todos os 

lugares, em todas as etnias, e não tem fronteiras.


 Santificação 

 

A santificação na teologia de Paulo está ligada a justificação 

no sentido de que através da morte expiatória na cruz, Cristo 

santificou os pecadores para se encontrar com Deus (1 Cor 1.30). 


No entanto, Paulo expõe um estilo de vida, requerendo um andar santo e agradável a Deus (1 Ts 4.1-8).

 O ápice da ideia de Paulo no que diz respeito a santificação é a consequência expiatória e o 

resultado da justificação na vida dos que creem.


 Não é algo que deve ser adicionado na justificação, mas a maneira de agradar a Deus pelas misericórdias da sua justiça. 


Percebe-se que o culto a 

Deus ensinado por Paulo não se limita apenas a hinos e orações, 

porém na entrega do corpo dos crentes para o serviço de Deus.


 A exortação é que os que creem não se conformem com este mundo, em pensamentos e ações, no entanto devem ser transformados na renovação da mente, tornando-se pessoas que pensem de maneira 

genuína da vontade de Deus neste mundo (Rm 12.1-2). 

(STUHLMACHER, 2002, p. 82-83)


Para Cerfaux a santificação é vista da seguinte maneira:

A interpretação exata dos valores cristãos obriga-nos, pois, 

a dizer que a vida nova se organiza em função de uma 

santidade presente. Estabelecido num estado de santidade 

atual, por causa da presença dos bens divinos, o cristão 

deve viver em harmonia com as realidades divinas 

possuídas desde agora. A santidade “atual”, apanágio da 

raça nova, torna-se a razão da vida religiosa. (CERFAUX, 

2012, p. 239)


Perseba  que a evidência de uma justificação autêntica 

reverbera uma conduta de vida saudável, um estilo de vida não 

voltado à vontade da carne, mas submetendo a vontade de Deus 

como uma forma de generosidade e gratidão a Deus pela 

justificação diante da sua justiça. 


O cristão genuíno deve refletir através de seu testemunho mostrando quem é Cristo na sua vida.


 A santidade não é uma maneira de auto justificar-se diante de Deus, isso é impossível pela sua insuficiência e miséria de pecado, mas de expressar a Deus a gratidão pela justificação em Cristo Jesus.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Paulo caiu do cavalo ou não?

VAMOS A EBD

CAMPANHAS EM IGREJA É BÍBLICO?