GRAÇA NO PROCESSO DA JUSTIFICAÇÃO
GRAÇA NO PROCESSO DA JUSTIFICAÇÃO
2⁰ partePor meio do sacrifício de Jesus Cristo, Deus realiza o
processo de justificação através da graça, fazendo que as pessoas sejam beneficiadas
diante a justiça de Deus.
Paulo em sua teologia, Cristo é a figura principal de justificação, pelo fato de Deus
ter entregado Jesus à morte pelos pecados do ser humano e o
ressuscitado para a justificação do ser humano (Rm 4.25).
Deus, pelo processo da justificação, as pessoas se tornam cumpridoras da sua
justiça devido Jesus ter se entregue como oferta pelo pecado para destruír o pecado.
Stuhlmacher destaca a expiação,
reconciliação, justificação e santificação como o processo utilizado
por Deus para a justificação do homem e da mulher.
(STUHLMACHER, 2002, p. 69)
Expiação
A concepção da expiação relacionado a Cristo foi aderida na teologia de Paulo pelas igrejas primitivas antes do seu apostolado.
A expiação está implícito e explícito em Levíticos 16, onde mostra o sacrifício de um animal em um rito, transferindo todos os pecados pela imposição de mãos.
Assim com existia esse ritual com os animais, Cristo passou pela mesma sentença de morte pelos pecadores.
Ao entregar seu sangue no lugar dos pecadores concedeu-lhes
novo acesso a Deus (Rm 3.25-26; 5.1-2) Através do perdão dos pecados por meio de Cristo tornam-se novas criaturas (2 Cor 5.17).
Observe que igualmente à expiação em Levíticos Deus fez o
mesmo com Jesus ofertando pelo pecado em favor dos que creem Nele, deixando que ele levasse os pecados sobre a morte em lugar dos pecadores concedendo-lhes a vida eterna (2 Cor 5.21).
Portanto, aos que creem participam da morte e ressurreição de
Cristo, como expôs Paulo: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo
vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé
no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por
mim” (Gálatas 2.20).
Reconciliação
Fica claro que o pecado constitui se em uma inimizade com Deus.
O ser humano através da morte de Cristo passa do estado de pecado à vida cristã alcançando a reconciliação com Deus (Rm
5.10-11; 2 Cor 5.18).
Quem toma a iniciativa da reconciliação é Deus em Cristo, pois Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo (2 Cor 5.19). Em suma, a morte de Jesus Cristo
produziu a reconciliação.
Cerfaux apresenta a reconciliação da seguinte forma:
A reconciliação, nas grandes epístolas, explica-se segundo o
contexto de Rm 5. A obediência (Rm 5.19) e a justiça de
Cristo (v.18) fazem contrapeso à falta e à desobediência de
Adão. Nas epístolas do cativeiro, à ideia de reconciliação
com Deus se une a da reconciliação com os gentios e os
judeus. O acesso a mesma paz divina suprime a inimizade
que havia entre eles. Cristo, na cruz, aniquila qualquer
inimizade (Ef 2.16). (CERFAUX, 2012, p. 115)
A reconciliação percebe-se a graça de Deus em Cristo
Jesus que providenciou pela sua morte a paz com a humanidade
inimiga.
O sacrifício de Cristo é suficiente para aniquilar toda
inimizade com Deus.
Deus Ele próprio estava em seu Filho permanecendo ativo na morte expiatória, a inimizade contra Deus é vencida pela morte de Cristo abrindo um novo caminho para o amor de Deus às pessoas (Rm 5.5).
Justificação
Na justificação, Deus age como criador e juiz benevolente.
Sobre o ato de criação na justificação (Rm 3.26, 30; 4.5, 17; 5.6), Deus atua como o criador ao chamar à existência as coisas que não
existem (Rm 4.17).
Através de Cristo todas as pessoas são justificadas, de modo que são estabelecidas de uma nova existência
diante de Deus, consideradas justas e tornando-se justas, pois na percepção de Paulo ambas andam juntas.
Note que no plano de salvação em Cristo, Deus já havia feito expiação pelos pecadores antes da fé depositada nele (Rm 4.25; 5.6-8).
Em Romanos 8.34,
compreende-se a garantia da justificação, onde Cristo intercede
diante do trono de Deus por todas as pessoas até o julgamento final, até mesmo no próprio julgamento.
Percebe-se a eficiência do sacrifício de Cristo na cruz, pois é
a causa suprema de os pecadores serem justificados, os quais, outrora, precisariam ser sentenciados na revelação de suas iniquidades no julgamento final.
A graça de Deus é tão notória na sua justiça que Cristo morreu no lugar dos pecadores, poupando
assim as suas vidas da morte, fazendo-os participarem do domínio de Cristo.
Esta justificação engloba todas as pessoas, em todos os
lugares, em todas as etnias, e não tem fronteiras.
Santificação
A santificação na teologia de Paulo está ligada a justificação
no sentido de que através da morte expiatória na cruz, Cristo
santificou os pecadores para se encontrar com Deus (1 Cor 1.30).
No entanto, Paulo expõe um estilo de vida, requerendo um andar santo e agradável a Deus (1 Ts 4.1-8).
O ápice da ideia de Paulo no que diz respeito a santificação é a consequência expiatória e o
resultado da justificação na vida dos que creem.
Não é algo que deve ser adicionado na justificação, mas a maneira de agradar a Deus pelas misericórdias da sua justiça.
Percebe-se que o culto a
Deus ensinado por Paulo não se limita apenas a hinos e orações,
porém na entrega do corpo dos crentes para o serviço de Deus.
A exortação é que os que creem não se conformem com este mundo, em pensamentos e ações, no entanto devem ser transformados na renovação da mente, tornando-se pessoas que pensem de maneira
genuína da vontade de Deus neste mundo (Rm 12.1-2).
(STUHLMACHER, 2002, p. 82-83)
Para Cerfaux a santificação é vista da seguinte maneira:
A interpretação exata dos valores cristãos obriga-nos, pois,
a dizer que a vida nova se organiza em função de uma
santidade presente. Estabelecido num estado de santidade
atual, por causa da presença dos bens divinos, o cristão
deve viver em harmonia com as realidades divinas
possuídas desde agora. A santidade “atual”, apanágio da
raça nova, torna-se a razão da vida religiosa. (CERFAUX,
2012, p. 239)
Perseba que a evidência de uma justificação autêntica
reverbera uma conduta de vida saudável, um estilo de vida não
voltado à vontade da carne, mas submetendo a vontade de Deus
como uma forma de generosidade e gratidão a Deus pela
justificação diante da sua justiça.
O cristão genuíno deve refletir através de seu testemunho mostrando quem é Cristo na sua vida.
A santidade não é uma maneira de auto justificar-se diante de Deus, isso é impossível pela sua insuficiência e miséria de pecado, mas de expressar a Deus a gratidão pela justificação em Cristo Jesus.

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